Saturday, June 9, 2007

HISTÓRIA DA ARTE GREGA

Depois da Arte Pré-histórica, chega a época da Arte Grega. Enquanto a arte egípcia é uma arte ligada ao espírito, a arte grega liga-se à inteligência, pois os seus reis não eram deuses, mas seres inteligentes e justos que se dedicavam ao bem-estar do povo...


Mitologia grega

A arte grega volta-se para o gozo da vida presente. Contemplando a natureza, o artista se empolga pela vida e tenta, através da arte, exprimir suas manifestações.

Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal.

Eles tem como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem, essa pequena criatura que é "a medida de todas as coisas"; e a democracia.

Exemplos: Zeus: senhor dos céus; Atenéia: deusa da guerra; Afrodite: deusa do amor; Apolo: deus das artes e da beleza; Posseidon: deus das águas; entre outros. Saiba mais na página sobre Mitologia Grego-Romana.

Olimpíadas: Realizavam-se em Olímpia, cada 4 anos, em honra a Zeus. Os primeiros jogos começaram em 776 antes de Cristo. As festas olímpicas serviam de base para marcar o tempo...


Filósofos gregos através da obra: "A Escola de Atenas"

O salão chamado Stanza della Segnatura, no Vaticano, era usado pelo Papa Júlio II (1443-1513) como biblioteca e escritório onde ele assinava os decretos da corte eclesiástica. Em cada parede deste local há um quadro representando a teologia, a poesia, o direito e a filosofia.

A Escola de Atenas, pintada em técnica de afresco por Raphael Sanzio (entre 1508 a 1511, em 1520?), ilustra a filosofia e está repleto dos maiores expoentes desta disciplina. Quem olha o quadro logo imagina sobre o que os personagens estão conversando... Os temas são variados.

Nessa obra, Raphael (aparece em auto-retrato) presta homenagem a Leonardo da Vinci, descrevendo-o de Platão, também a Michelângelo, descrevendo-o de Heráclitos...

Procure no Sistema de Coordenadas Alfanumérico (quadro abaixo), passe o seu "mouse" lentamente sobre alguns dos mestres gregos, clique uma vez e veja o que eles diziam...

As linhas imaginárias cruzadas entre as letras e os números laterais da obra, permitem informar a localização de 15 personagens pintados na obra.


A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
1
2
3
4
5
6
7

Quinze dos personagens da obra acima estão identificados na lista abaixo... Se preferir, cada um deles tem uma coordenada entre parênteses no texto abaixo:

  • Bem no centro da imagem estão os filósofos gregos Platão (E4) e Aristóteles (E4), os quais diziam "Não se engrandece uma alma senão aumentando-lhe as virtudes" e "A sabedoria é um adorno na prosperidade e um refúgio na adversidade", respectivamente.
  • As estátuas que adornam cada lado superior são de Apolo, o deus da razão, das artes e da beleza (C3), e Minerva, a deusa da sabedoria (G3).
  • Abaixo da estátua de Apolo estão Alexandre, o grande (C/D4), e o filósofo grego Sócrates (D4) que disse: "Só sei que nada sei". Nascido em Atenas (469-399 a.C.), Sócrates não deixou obra escrita, mas seus ensinamentos e teorias foram explicadas principalmente por Platão, seu maior discípulo. Na religião, revelou ao mundo o "Deus invisível", causa e princípio da vida, da ordem e da harmonia Universal. Para ele a filosofia tem como fins únicos conhecer a natureza moral do homem...
  • Na escada, aos pés de Aristóteles, está o filósofo estoico Diógenes (E/F5) (412-323 a.C.): "Saia da frente do sol", disse para Alexandre, o Grande, quando este veio lhe visitar.
  • O matemático Pitágoras (C5) (568-470 a.C.) disse: "Cultiva assiduamente a ciência dos números, porque nossas falhas não são mais que erros de cálculo".
  • Na obra, Pitágoras está sentado; ao lado (em pé) está Hypatia de Alexandria (C/D5) e Parmênides (D5) e, apoiando sua cabeça, o filósofo Heráclitos (D/E5) (século V a.C.), quem dizia: "É melhor mostrar maior rapidez em acalmar um ressentimento do que em apagar um incêndio".
  • O geômetra Euclides (G/H5) (315-225 a.C.) disse: "Não existe caminho real nas matemáticas". Euclides está ensinando geometria aos seus pupilos...
  • Ptolomeu (H5) está de frente para Zoroastro (H4), ambos seguram um glogo e olham para Raphael (aparece olhando para frente, em auto-retrato) e Sodoma.
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Platão foi discípulo de Sócrates e professor de Aristóteles

Platão (428-347 a.C.) é considerado um dos grandes pensadores da história da filosofia. Sua obra, escrita em forma de diálogos, ainda é muito presente. Platão deu a Esopo um lugar de honra em sua "República".

Ele explica o princípio da idéia: o mundo em que vivemos é mera sombra, onde nada é estável ou permanente, impossibilitando o verdadeiro conhecimento. Mas, felizmente, essa realidade visível não é tudo que existe, existe um reino mais elevado e espiritual, o mundo luminoso das idéias...

... como, antes de "cair" no mundo terreno, nosso espírito habitava esse mundo e lá conhecia a verdade, nós guardamos reminiscências dessa existência anterior...

É como se ficássemos no topo de uma montanha onde a paisagem é infinita e, depois, parássemos em um vale onde a neblina não permite observar sequer um palmo em nossa frente, então lutaríamos para achar o caminho que leva a montanha...

Então, temos tremendas inquietudes em busca deste caminho, porém, as paixões do corpo, os sentidos e as crenças desviam-nos deste caminho, devemos lutar contra tudo isso e contra nossos próprios desejos e egoísmos para atingir o conhecimento direto de nós mesmos e do Universo.

Enfim, Sócrates, Platão e Aristóteles foram os três maiores filósofos gregos da antigüidade, também foram grandes estudiosos das fábulas, por verem nelas um bom exercício para desenvolver a competência argumentativa.

Platão conta que Sócrates ao esperar a morte na prisão, escreveu em forma de versos muitas das fábulas de Esopo...

Abaixo, um selo postal de 1968, emitido por Dominica, que mostra a obra: "A Morte de Sócrates". Sócrates se preparando para beber veneno... Veja mais nos diálogos iniciais de Platão, Apologia, Crito e Euthyphro.

Socrates himself was permanently pissed.
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Abaixo, cenas da mesma obra, A Escola de Atenas, mostradas através de selos da República da Serra Leoa, emitidos em 1983 (Michel: 703/706) para comemorar os 500 anos do nascimento de Raphael (1483-1520).

Ptolomeu está de frente para Zoroastro, ambos seguram um glogo e olham para Raphael e Sodoma.

Euclides está ensinando geometria aos seus pupilos...

No detalhe da obra, Pitágoras está sentado (lado esquerdo), em pé estão Hypatia de Alexandria (filósofa, matemática e astrônoma; exact likeness of Francesco Maria della Rovere, Duke of Urbino) e Parmênides, sentado do lado direito apoiando sua cabeça, o filósofo Heráclitos quem dizia: "É melhor mostrar maior rapidez em acalmar um ressentimento do que em apagar um incêndio".

Veja também a página de Hipócrates!

Veja página de Museus Vaticanos!

Fonte: Cultura e Conhecimento — A Escola de Idéias (http://www.brasilcult.pro.br/)

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Arquitetura Grega

As edificações que despertaram maior interesse são os templos. A característica mais evidente dos templos gregos é a simetria entre o pórtico de entrada e o dos fundos. O templo era construído sobre uma base de três degraus. O degrau mais elevado chamava-se estilóbata e sobre ele eram erguidas as colunas. As colunas sustentavam um entablamento horizontal formado por três partes: a arquitrave, o friso e a cornija. As colunas e entablamento eram construídos segundo os modelos da ordem dórica, jônica e coríntia.

Ordem Dórica – simples e maciça. O fuste da coluna é monolítico e grosso. O capitel é uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência.

Ordem Jônica – representa a graça e o feminino. A coluna apresenta fuste mais delgado e não se firma diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel é formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher.

Ordem Coríntia – o capitel é formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação.

Os principais monumentos da arquitectura grega:

  • Templos, dos quais o mais importante é o Partenon de Atenas. Na Acrópole, também, se encontram as Cariátides homenageavam as mulheres de Cária.
  • Teatros, que eram construídos em lugares abertos (encosta) e que compunham de três partes: a skene ou cena, para os atores; a konistra ou orquestra, para o coro; o koilon ou arquibancada, para os espectadores. Um exemplo típico é o Teatro de Epidauro, construído, no séc. IV a.C., ao ar livre, composto por 55 degraus divididos em duas ordens e calculados de acordo com uma inclinação perfeita. Chegava a acomodar cerca de 14.000 espectadores e tornou-se famoso por sua acústica perfeita.
  • Ginásios, edifícios destinados à cultura física.
  • Praça – Ágora, onde os gregos se reuniam para discutir os mais variados assuntos, entre eles a filosofia.
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Pintura grega

A pintura grega encontra-se na arte cerâmica. Os vasos gregos são também conhecidos não só pelo equilíbrio de sua forma, mas também pela harmonia entre o desenho, as cores e o espaço utilizado para a ornamentação. Além de servir para rituais religiosos, esses vasos eram usados para armazenar, entre outras coisas, água, vinho, azeite e mantimentos. Por isso, a sua forma correspondia à função para que eram destinados.

  • Ânfora - vasilha em forma de coração, com o gargalo largo ornado com duas asas;
  • Hidra - (derivado de ydor, água) tinha três asas, uma vertical para segurar enquanto corria a água e duas para levantar;
  • Cratera - tinha a boca muito larga, com o corpo em forma de um sino invertido, servia para misturar água com o vinho (os gregos nunca bebiam vinho puro), etc.

As pinturas dos vasos representavam pessoas em suas atividades diárias e cenas da mitologia grega. O maior pintor de figuras negras foi Exéquias. A pintura grega se divide em três grupos:

  1. Figuras negras sobre o fundo vermelho
  2. Figuras vermelhas sobre o fundo negro
  3. Figuras vermelhas sobre o fundo branco
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Escultura grega

A estatuária grega representa os mais altos padrões já atingidos pelo homem. Na escultura, o antropomorfismo – esculturas de formas humanas – foi insuperável. As estátuas adquiriram, além do equilíbrio e perfeição das formas, o movimento.

No Período Arcaico os gregos começaram a esculpir, em mármores, grandes figuras de homens. Primeiramente aparecem esculturas simétricas, em rigorosa posição frontal, com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado Kouros (palavra grega: homem jovem).

No Período Clássico passou-se a procurar movimento nas estátuas, para isto, se começou a usar o bronze que era mais resistente do que o mármore, podendo fixar o movimento sem se quebrar. Surge o nu feminino, pois no período arcaico, as figuras de mulher eram esculpidas sempre vestidas.

Período Helenístico podemos observar o crescente naturalismo: os seres humanos não eram representados apenas de acordo com a idade e a personalidade, mas também segundo as emoções e o estado de espírito de um momento. O grande desafio e a grande conquista da escultura desse período foi a representação não de uma figura apenas, mas de grupos de figuras que mantivessem a sugestão de mobilidade e fossem bonitos de todos os ângulos que pudessem ser observados. Por exemplo: a Vênus de Milo, pertence ao período helenístico (final do século II a.C.) foi encontrada em 1820 na Ilha de Milo, na Grécia, este ideal de beleza feminina foi feita quando formas humanas começaram a ser produzidas. Atualmente pertence ao Museu do Louvre – Paris.

Os principais mestres da escultura clássica grega são:

Praxíteles, celebrado pela graça das suas esculturas, pela lânguida pose em "S" (Hermes com Dionísio menino), foi o primeiro artista que esculpiu o nu feminino.

Policleto, autor de Doríforo - condutor da lança, criou padrões de beleza e equilíbrio através do tamanho das estátuas que deveriam ter sete vezes e meia o tamanho da cabeça.

Fídias, talvez o mais famoso de todos, autor de Zeus Olímpico, sua obra-prima, e Atenéia. Realizou toda a decoração em baixos-relevos do templo Partenon: as esculturas dos frontões, métopas e frisos.

Lisipo, representava os homens "tal como se vêem" e "não como são" (verdadeiros retratos). Foi Lisipo quem introduziu a proporção ideal do corpo humano com a medida de oito vezes a cabeças.

Miron, autor do Discóbolo - a estátua do homem arremessando um disco.

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