Saturday, July 28, 2007
Thursday, July 26, 2007
Alienação
O conceito hegeliano de "consciência infeliz" anda ligado à ideia de alienação, enquanto para Hegel a consciência infeliz é a "alma alienada" ou "a consciência de si como natureza dividida" ou "cindida", conforme afirma na Fenomenologia do Espírito. Isto é a consciência pode experimentar-se como separada da realidade à qual pertence de alguma maneira. Surge então um sentimento de separação e de desunião, um sentimento de afastamento, alienação e desapossamento. Pode usar-se o termo "alienação", num sentido muito geral, como qualquer estado no qual uma realidade está fora de si em contraposição com o ser em si. Este ultimo designa o estado da liberdade em sentido positivo, isto é, não como libertação para si mesmo, isto é, como auto-realização. O conceito hegeliano de alienação influi em Marx, o qual, já nos seus primeiros escritos, se refriu a ele, especialmente nos Manuscritos Económicos e Filosóficos, compostos em Paris em 1844 e publicados pela primeira vez em 1931. Mas enquanto Hegel tratou a noção de alienação de forma metafisica - e para Marx demasiado "espiritual" e "abstracta" - ,Marx interessou-se pelo aspecto "concreto" e "humano" da alienação. Marx tratou primeiro o problema da alienação do homem na cultura; depois, seguindo Feuerbach, tratou do aspecto, por assim dizer, "natural-social" da alienação. Particularmente importante é, para Marx, a alienação do homem no trabalho. Segundo ele, a separação entre o produtor e a propriedade das condições de trabalho constitui um processo que transforma os meios de produção em capital e ao mesmo tempo transforma os produtores em assalariados (O Capital). Logo, é preciso libertar o homem da escravidão provocada pelo trabalho que não lhe pertence (a "mais-valia" de trabalho) mediante uma apropriação do trabalho. Deste modo, o homem pode deixar de viver em estado alienado para alcançar a liberdade. JFM
Photos: Nuno Teixeira - Performer
Collage by Sílvio
Monday, July 23, 2007
A M O R
José Ferrater Mora
Fotografia de Nuno Teixeira - Performer
Vera Santos, uma amiga.
Terça-feira, 17 de Julho de 2007
Para onde vai o que desaparece?
© Henrique Figueiredo
Alguns dias depois de Vera Santos (Porto, 1973) começar a sua residência no Sítio das Artes sofreu uma lesão no menisco, enquanto dançava. «É o que de mais comum pode acontecer a um bailarino ou a um jogador de futebol», diz a sorrir. Explica que isso não a impediu de continuar o seu trabalho e que «as coisas apenas tomaram outra direcção.»
O seu primeiro projecto coreográfico surgiu em 1999, a partir das histórias que a avó lhe contava, vezes sem conta, usando muito as mãos e repetindo os mesmo gestos, sempre nos mesmos momentos. Em palco, o guião que Vera elaborou não teve exactamente o resultado que pretendia. Por isso decidiu fazer uma segunda experiência. Surge entretanto o Curso de Coreografia do Programa Gulbenkian Criatividade e Criação Artística. Ter sido seleccionada entre muitos outros candidatos foi um sinal de que este era «um caminho a seguir». É na sequência dessa formação que desenvolve um novo projecto, como segunda parte do que tinha feito com a avó. Só que desta vez a neta estava sozinha. Chamou-lhe "Ausência (memória descritiva)" - é possível ver imagens em DVD no CAMJAP - e Vera descreve a peça, que também interpreta, como um «dueto com o espaço». Há um relacionamento com os objectos, com as memórias a partir das quais se recria o que está ausente. No momento final, Vera simplesmente desaparecia do palco, apanhando de surpresa os espectadores. Perante esta ausência repentina, o público ficava em suspensão. Esta reacção foi também surpreendente para a coreógrafa e intéprete. E assim decide dar continuidade ao projecto, criando uma terceira parte: "Desaparecimento". E o que desaparece? É o intérprete? É o espaço? Ou é o próprio público?
De onde vem a força dessa ausência? Transpondo o âmbito do espectáculo, Vera relembra que esse 'não-estar' é muito utilizado estrategicamente pelos políticos, quando se retiram de cena em determinados momentos-chave. E aplica-se também a outras dimensões da nossa vivência em sociedade. No seu trabalho, Vera quer que o público se envolva. Como? - é a questão que se tem colocado. Ela sabe no entanto aquilo que não quer fazer: nem truques de ilusionismo nem provocar constrangimento nos espectadores, apesar de desejar a sua participação.
Para o Open Studio de 28 de Julho, Vera está a preparar uma série de acontecimentos no espaço (em princípio também vai utilizar o vídeo), onde surgem coisas desaparecidas. Trabalha-se a ideia de perda, estabelece-se um jogo entre apagar e ser apagado, e cria-se uma estranheza entre o que pode e não pode acontecer.
Já depois de termos dado a conversa por terminada, voltamos atrás para perguntar se o que está a preparar é "performance". Vera sorri, hesita, diz-nos que tem pensado nisso. Meia-hora depois chega o veredicto por telefone: «É dança. Estou a preparar uma dança para este espaço.» Que é para onde vão as coisas quando desaparecem.
Publicada por EdM em 16:36 11 comentários
Etiquetas: Sítio das Artes
Vera Santos in "O estado do Mundo"
http://www.o-estado-do-mundo.blogspot.com/
Wednesday, July 18, 2007
A arte respira o artista, da mesma forma que o artista respira a arte. É nisto que penso quando vejo a arte do Sílvio.
De múltiplas formas, exalando gostos ecléticos – tal como a forma de gostar e de sentir de Sílvio Casais, creio. A sua introversão e extroversão, os seus sorrisos, as suas lágrimas, cada partícula do seu ser é transmitida, ampliada e colocada ali, na sua arte. Pedaços da sua alma.
Ser artista exige talento, sempre, mas também um grande nível de coragem. O acto de criação envolve sempre o colocar de algo pré-existente. É dito que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança; por mais que não se queira, o homem cria a arte também da mesma forma. Espelhando-se. Colocando toda o seu viver, sentir, amar, doer, toda a sua experiência de toda uma vida numa tela, num vaso, numa fotografia – não importa realmente a base em que é criada, ou com que instrumentos, importa que exista esse ousar, essa coragem, esse amor-ódio pela arte - que tanto fascina, e tanto consome da pessoa que a cria.
É isto que vejo no Sílvio e no que vejo dele, adorando cada parte.
Podia demorar-me em mais palavras. Mas elas dizem sempre tão pouco. As imagens, por oposição, dizem tanto.
Isabel Noir Nunc
Saturday, July 14, 2007
Sunday, July 8, 2007
Friday, July 6, 2007
"(...) será que me estás a ofender?
não
doido
12
12
12
12
12
12
pera aí...
take it easy
12 segundos ainda dá para ligar uma cam
11 segundos ainda dá para ligar uma cam
10 segundos ainda dá para ligar uma cam
9 segundos ainda dá para ligar uma cam
liga então
8 segundos ainda dá para ligar uma cam, quando alguem merece
7 segundos ainda dá para ligar uma cam, quando alguem merece
ok
pronto
já chega...(...)"
"(...) nem eu pretendi isso
4 segundos ainda dá para ligar uma cam, quando alguem merece
if you want my love
offline
3 segundos bastam para se gostar de alguem
2 segundos bastam para não deixar alguem fugir
foda-se
1 segundo basta para não te esqueceres dos meus lábios
quando os provar
maybe...(...)"
"(...)...bem demais talvez, mas é melhor não abrir caixas de pandora
o que é que eu faço comigo?
há que ser herculeo
pertinente pergunta
sê
be yourself (...)
cheguei á conclusão que só consigo ser eu mesmo quando acompanhado
entrega-te á vida
isso é atirar-me á selva (...)..."
"(...)...bem vou dormir sem ver nada do que fizeste com as fotos...vou dormir sabendo que não irei enviar mais nenhuma...vou dormir sabendo que não liguei a cam apesar de a querer ligar...
dorme bem
vou dormir sabendo que tenho medo de quem eu gosto que gosta de mim...
sabes, também eu
non me quit pas
não
stay with me
dont run away from me
stay!
gosto de ti!...(...)"